sexta-feira, 2 de abril de 2010

Música ao longe. Érico Veríssimo.



“Fica à janela olhando para fora. O sol está pálido nas ruas, nos quintais e nos telhados. Uma nesguinha de céu azul entre nuvens cor de sépia. A paineira sem flores. Os canteiros em ruínas onde as rosas morreram. O frio. E esta tristeza opressiva, sombria, que faz a gente sentir-se velha, velha como a tia Zezé, velha de já ter sentido todas as desilusões e conhecido todas as dores do mundo. Mas lá no fundo, bem no fundo de seu espírito, fala de mansinho uma voz secreta que lhe diz que apesar de tudo, a vida tem presentes bonitos para nos oferecer. Amanhã... quem sabe? Talvez na primavera. Talvez”

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